quinta-feira, 26 de abril de 2012

Índícios

Há um certo indício que eu escrevo aqui quando alguma coisa vai muito mal, ou quando alguma coisa vai muito bem. Bom, acho que já deu pra perceber que eu não gosto de meio termo. Odeio coisas medianas. Ou é felicidade total que me inspira a sair saltitante pelas escadas do metrô, ou é aquela dor de matar qualquer coração, uma agonia que só passa se eu escutar e transferir essa força pra alguma música bem deprê por aí, tipo a que eu estou escutando agora (Téo e a Gaivota do Marcelo Camelo, como já era de se esperar). O meu mediano é a paz ou o foda-se; e pensando por esse lado a paz e o foda-se não dá vontade de fazer nada. Simples assim mesmo, é um foda-se assim mesmo.

Eu nunca andei com um relógio de pulso no braço. Hoje resolvi colocar um bem rosa pink que chamasse atenção. A minha atenção. Ele parece como uma bomba que está prestes a explodir. Tic Tac, você tem pouco tempo; Tempo passa, céu nublado, café gelado, pé na estrada.

A semana passou tão rápida que nem sei por onde terminar. Tudo passa. Mas a sensação que algo ficou ainda é muito presente.

Porque quando a gente engata a 2ª marcha e pensa que vai, a vida vem e dá um freio de mão brusco que te faz até perder o ar. Cabeça dói, corpo dói.


É o vazio do vazio da vida que é vazia das pessoas que andam pelos vazios e que são vazias. E com tanta gente interessante por aí a gente sempre insiste em parar nos mesmos lugares onde estamos acostumados. A minha preguiça de caminhar e ter que retroceder parece maior. A minha preguiça de voltar no frio e de metrô parece maior. A minha preguiça de tentar viver aquilo que não tem a menor graça é maior. A minha vontade de dormir e pensar é maior. É assim. Odeio dias frios. Mas o moço da esquina embrulhado numa manta continua sorrindo.

Saudade é o amor que fica. São apenas indícios. Acho que tenho que me acostumar com isso.

Um comentário:

Farofa de Glitter disse...

E o que é pior... quando a vida segue, você teima em olhar pra trás e espera que as merdas aconteçam todas de novo. A vida e os tocos de adestram como a um cão, que abre a boca pra receber biscoitos, mesmo quando não tem mais...
E aí a gente perde tanto tempo tendo medo de dar tudo errado, que dá tudo errado porque você não viu as coisas acontecerem diferente....