segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Onde trilha os meus pensamentos!

Pego no telefone pra ligar e não ligo. Fico aguniada aos domingos. Escrevo mensagens e deixo na caixa de rascunho para que um dia a coragem venha e eu aperte enviar.
Eu grito de raiva, de desejo, de tédio. Danço sozinha, arrasto o sofá da sala, deito no chão, ligo a tv e como 2 panelas de brigadeiro queimado.
Sinto falta da minha melhor amiga que hoje em dia não faz mais parte do meu mundo e virou certinda ao quadrado na igreja pedindo para que apre a santa vagabundagem. Sinto falta de ir almoçar fora com minha família que vive orando não sei mais pelo quê... provavelmente seja pela minha alma perdida.
Sinto falta também do meu pic de sair e virar a noite na rua. Sinto falta de mensagens no celular dizendo da falta de um pão de queijo bem agorinha.
Lembrei da rua da pedra branca, da sorveteria, dos roles no parque da juventude, onde todo mundo era mais alegre e não tinha tempo ruim e nem emprego que não deixasse acordar um pouco mais tarde. Lembrei também das idas ao MC, das 50 pessoas dentro dum mesmo carro. De gente no porta mala.
Eu passando mal na prainha, das brigas. Dancinhas, tropeços, desejos. Sinto falta do gostar de verdade, um cinema, uma pizza, um teatro, e de coragem!
Das cabulosidades. Dos shows. Das chuvas. Interlagos, rua. Escola, paisagem. Quando era só Denyze, Thiago, Sara, Lúcio, Vinícius. Quando era Voccio. Quando era vício.
Sim, eu choro sozinha. Choro pelo excesso da falta. Da vida que cresceu. Da obrigação da faculdade e do trabalho. De ter que se comportar para não virar menina falada. Da obrigação da simpatia e dos sorrisos forçados.
Falta de carro. De amor. De sorrisos. De cafuné. De pinga com limão sem preocupação (ah essa foi boa!).
E sobra de batidas, no peito, na cabeça, nas pernas, no tronco, no pé.
Não, não é pra rimar, não mesmo. É só pra listar. Listar o choro que ninguém vê. A falta que ninguém vê. A dor e os pensamentos que ninguém vê. A faltaaaa de você!
O que falta mesmo é tempo. Ou sobra isso demais!
Nos domingos no sofá, nos sabados sem pic, nas sextas após faculdade onde o cansaço vence a vontade.
Dois texto no mesmo dia só poderia ser tpm mesmo. Quem me dera... já passou faz é tempo!
Mas a gente acaba vendo e lembrando de algumas coisas e acaba que não demora de por um tanto assim né?
Pra fora!
Eu sempre me privo de falar sobre isso com todo mundo que me rodeia, mas ultimamente, ando conversando comigo mesma e tenho sentido falta de por isso pra fora, mesmo que seja de qualquer maneira.
Essa história, o que passou, o que ainda está por vir, não é necessariamente minha. Talvez nem seje minha. Talvez eu tenha pegado as dores de outro alguém.
Não me sinto muito confortável com meus pensamentos.
Há +-9 anos aconteceram coisas que mudariam para sempre o rumo de minha vida.
2002 não foi um ano muito fácil pra mim, com 13 anos, se as contas já não me fazem tão bem à cabeça; vejamos...
Morte da minha vó, morte do meu melhor amigo, morte da minha gata preferida... Primeiro amor que durariam longos 7 anos.
À partir daí, aquela menina meiga e cheia de carinhos começou a mudar de rumo. Não que eu coloque a culpa em alguma coisa, até porque a culta provavelmente seja minha mesmo.
E depois de tão pouco tempo, tenho procurado razões para ser quem eu me tornei. Só por entre esses dias fui perceber isso. Pelos gritos da minha mãe que me dizia que há tempos eu já não era mais a mesma. Pelo sussuros de gentalhas que também me diziam que eu era estranha. Coração frio, mente muito aberta, talvez até sem algum sentimento.
Mas como eu pude? Como eu pude amar tanto uma pessoa em silêncio que hoje em dia só consigo sentir dó e desprezo? Como eu pude chorar tanto, escondida, pela falta da minha vó, e pelos finais de semana na Leste, no shopping Aricanduva onde comprávamos meia duzia de leite condensado só para eu passar aquele final de semana gordo. Eu gostava tanto de ir à igreja com ela!
Como puderam matar o meu melhor amigo? Aquele que eu tinha o maior carinho da vida, aquele que me consolou pela morte da minha vóe também se foi após 2 semanas?? Como eu pude me apaixonar por um cara que sumiu durante tanto tempo e dps voltou e fez eu me apaixonar de novo e de novo. Como eu pude descobrir que esse cara num vale o que come e ter tanta dó do que ele é hoje?
Eu me culpo por ter perdido muita coisa por esse caminho. Não, eu não sou sentimental, não sou ciumenta, não sou dada, tão carente como imaginava e tão pouco sou a melhor pessoa que alguém poderia conhecer.
Não sou simpática, carinhosa, não falo coisas atuais e nem sei que música te indicar para ouvir num domingo cabuloso. Também não sou popular e engraçada, nem tenho um twitter ou blog super bombado.
Não tenho uma melhor amiga a quem eu conto tudo. Saiu procurando por aí com quem conversar e também não sou interessante como queria ser.
E o grande barato é que nem sei por onde começar.
Também não sei como manter, ou como fazer alguém se apaixonar. E isso eu dedico aos meus anos dourados que se passaram, como pessoas maravilhosas a quem deixei escorrer pelos dedos.
E esse negócio de viver e fazer acontecer é tudo balela. Quem disse que eu faço tudo o que tenho vontade? Mas nem bêbada eu consigo... e juro que eu tentei ficar mais bêbada possível pra dar certas desculpas depois, mas mesmo assim não rola...
Eu tive tantas, mas taaaantas coisas na mão...
Leonina de merda, pra quê?
E eu sinto tanto, tanto, mas tanto pela falta excessiva... falta excessiva de um abraço de vó, de um abraço de um amigo sem malícia ou sem julgamentos.
Taí, minhas fraquezas expostas a quem quiser ver. Sorria meu bem, sorria...
E por mais que você não saiba, eu sinto também a sua falta, e toda vez que te vejo on, ou com os amigos, na farra, bebendo... enfim, eu fico me perguntando como eu deveria ser pra que você voltasse a ver alguma graça em mim e me levar no teatro novamente.
E mesmo sabendo que são poucas pessoas que realmente leem isso daqui, não me sinto reprimida. Blog é pra isso mesmo... andei pensando muito esses dias e precisava por isso "no papel"... ainda bem (o caraaalhooo) que meu blog nem é muito bem frequentado.
A gente só vê como amadurece se lembrarmos das coisas que aconteceram, dos sentimentos, das pessoas. Hoje, apesar de tudo, eu vejo como cresci. Não, não me sinto orgulhosa... pois eu sei que ainda tenho muita coisa pra alcançar...
"O caminho é longo e nesse estrada eu tô sozinha..."
Boa tarde.