sexta-feira, 6 de julho de 2012

É, eu não deletei

Confesso, nunca joguei as cartas escritas à tinta no lixo. Não as picotei como disse que fiz. Não joguei e-mails, sms e nem histórias, não apaguei nada.
Está tudo na caixa, guardado e separado por assunto. E toda vez que tenho que lembrar, somente as lembranças, que também não joguei fora, não bastam. É como um vício.
É como seu eu puxasse pela busca, só para não me deixar esquecer, como se, enfim, eu pudesse
É real, verdade, esta tudo aqui ainda, eu juro. E tudo se encaixa na linha do tempo e me leva ao que sou hoje.
É o que me fez escrever agora. As fotos que vi de anos atrás me parecem tão atuais, que trazem sentimentos antigos para já. Só pra não deixar esquecer.
Como se esquecer fizesse mal, como se guardar lembrar fosse um remédio, que tenho que tomar de tempos em tempos e continuar parecendo forte e insensível, por tudo o que aconteceu. É como se eu tivesse que contar e sentir as coisas, tudo outra vez, da mesma forma.
Juro, não consigo. Juro, queria realmente conseguir. Apagar da caixa de e-mails, apagar da caixa de entrada do celular, e da memória, afinal, todos já estão me alertando que para receber novas mensagens, é preciso apagar as velhas. Viver o romance de "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança" seria uma ótima opção para mim, mas sem o final feliz.