sexta-feira, 6 de julho de 2012

É, eu não deletei

Confesso, nunca joguei as cartas escritas à tinta no lixo. Não as picotei como disse que fiz. Não joguei e-mails, sms e nem histórias, não apaguei nada.
Está tudo na caixa, guardado e separado por assunto. E toda vez que tenho que lembrar, somente as lembranças, que também não joguei fora, não bastam. É como um vício.
É como seu eu puxasse pela busca, só para não me deixar esquecer, como se, enfim, eu pudesse
É real, verdade, esta tudo aqui ainda, eu juro. E tudo se encaixa na linha do tempo e me leva ao que sou hoje.
É o que me fez escrever agora. As fotos que vi de anos atrás me parecem tão atuais, que trazem sentimentos antigos para já. Só pra não deixar esquecer.
Como se esquecer fizesse mal, como se guardar lembrar fosse um remédio, que tenho que tomar de tempos em tempos e continuar parecendo forte e insensível, por tudo o que aconteceu. É como se eu tivesse que contar e sentir as coisas, tudo outra vez, da mesma forma.
Juro, não consigo. Juro, queria realmente conseguir. Apagar da caixa de e-mails, apagar da caixa de entrada do celular, e da memória, afinal, todos já estão me alertando que para receber novas mensagens, é preciso apagar as velhas. Viver o romance de "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança" seria uma ótima opção para mim, mas sem o final feliz.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Você tem exatamente 11 minutos para apertar o del e tentar uma nova possibilidade.
Isso já não é novidade pra mim, é apenas uma rotina, que entre tantas, ainda é um pouco vazia.O dia tá cinza lá fora, mas de manhã um brilho apareceu no céu pra dizer que um novo dia começaria.Agora restam apenas 9 minutos. Aqui de novo? Só em outra possibilidade, só em outro dia.A tristeza é sempre tristeza, é sempre a coisa a mais que não deveria tá aqui, é sempre o excesso do que não faz falta - ou do que faz tanta falta assim. O passo dado se torna retrocesso num mundinho onde o dia é cinza.Foco em coisas materiais e profissionais, porque o resto das coisas já não fazem mais tanto sentido assim.7 minutos...Afinal, com pouco tempo que me resta, pra que perder tempo com o que é apenas coisas desnecessárias? Filmes assim eu assisto em casa porque é muito mais fácil baixar histórias pela internet do que tentar viver na rua, real, o real que acaba bem ligeiramente.4 minutos...Tempo suficiente pra fechar esse programa, fechar a mala e ir... Ctrl + Alt + Del (2X). Sempre funciona.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Índícios

Há um certo indício que eu escrevo aqui quando alguma coisa vai muito mal, ou quando alguma coisa vai muito bem. Bom, acho que já deu pra perceber que eu não gosto de meio termo. Odeio coisas medianas. Ou é felicidade total que me inspira a sair saltitante pelas escadas do metrô, ou é aquela dor de matar qualquer coração, uma agonia que só passa se eu escutar e transferir essa força pra alguma música bem deprê por aí, tipo a que eu estou escutando agora (Téo e a Gaivota do Marcelo Camelo, como já era de se esperar). O meu mediano é a paz ou o foda-se; e pensando por esse lado a paz e o foda-se não dá vontade de fazer nada. Simples assim mesmo, é um foda-se assim mesmo.

Eu nunca andei com um relógio de pulso no braço. Hoje resolvi colocar um bem rosa pink que chamasse atenção. A minha atenção. Ele parece como uma bomba que está prestes a explodir. Tic Tac, você tem pouco tempo; Tempo passa, céu nublado, café gelado, pé na estrada.

A semana passou tão rápida que nem sei por onde terminar. Tudo passa. Mas a sensação que algo ficou ainda é muito presente.

Porque quando a gente engata a 2ª marcha e pensa que vai, a vida vem e dá um freio de mão brusco que te faz até perder o ar. Cabeça dói, corpo dói.


É o vazio do vazio da vida que é vazia das pessoas que andam pelos vazios e que são vazias. E com tanta gente interessante por aí a gente sempre insiste em parar nos mesmos lugares onde estamos acostumados. A minha preguiça de caminhar e ter que retroceder parece maior. A minha preguiça de voltar no frio e de metrô parece maior. A minha preguiça de tentar viver aquilo que não tem a menor graça é maior. A minha vontade de dormir e pensar é maior. É assim. Odeio dias frios. Mas o moço da esquina embrulhado numa manta continua sorrindo.

Saudade é o amor que fica. São apenas indícios. Acho que tenho que me acostumar com isso.

segunda-feira, 12 de março de 2012

É isso.

Sorriso, dentes, olhos, cor. Cabelo, vitalidade, feeling. Braços, tênis, bolsa, relógio, pulseira, conversa, carteira. Olhar, de longe, de perto, gestos. É isso. Mal sabe que tem, mal sabe que faz o milagre de ficar.