quinta-feira, 6 de maio de 2010

calma no caos - rolê por éçe-pê

Muito estranho, sentimentos confusos em relação a SP.
Andei milhares de km hoje, ontem, andarei amanhã. Nessa imensidão, vi pessoas, gostos, cores.
Um anjo, na frente do teatro municipal, branco, lindo. Ele deu a uma menina, após receber uma moeda, um papel com um verso, ela sorriu. Ele era calmo, sereno...
Um sorriso, eu não sou apaixonada por crianças, mas aquela me encantou. No metrô, sentido clínica. Ela cantava e ria, como se o mundo fosse só alegria, ingênua, pura, como se não quisesse crescer, por ela, ficaria naquela mesma idade, com a mesma inocência.
Um bebado caindo em Santana, arrumado, triste, sozinho. Um cara bebendo e lendo a bíblia logo um pouco adiante. Ao lado, um moçoilo escuta em alto e bom som o jogo do corínthians. Fala sozinho como se alguém quisesse escutá-lo. Ri, ri, ri, e passa a catraca.
Frente à prefeitura, pessoas ao som de Ana Carolina fazem yoga (?)... como uma força de protesto por alguma coisa que não sei dizer...
Ando, volto, olho, cheiro, escuto. Nada de ruim me acontece. É estranho como temo em pensar muito andando por aqui. São lugares, destinos diferentes, história que lembram histórias e que ainda vão acontecer. Sim, eu ñão gosto de São Paulo, mas tem coisa melhor do que andar por aqui e ver esse mundo? Ver que aquele ali sentado na praça com roupas rasgadas sabe muito mais da vida do que aquele que sai do prédio logo ao lado engravatado?
Tem coisa melhor do que artista de rua? Do que sentimentos movidos pelos lugares? Do que lembranças que aqueles lugares te remetem?
Sim, prefiro muito mais a marolinha, não o maremoto, prefiro a brisa do que o furacão, prefiro a praia do que SP, mas acho que esse lugar já é meu, queira ou não, eu...