quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Limite

Faltam 10 minutos, nunca faltou tanto tempo assim.
Como sempre, me sinto invasiva, invadida, inválida.
Era ontem, era um ser, mas não eu.
Desde quando os caminhos que ando são meus?
Até quando essa mão que lhe escreve é minha? E quem diz que ela é fiel ao que eu penso?
Meus lábios não querem mais fumar, mes pés não querem mais trilhar por esses caminhos, então quem quer?
Se eu sinto um aperto aqui no peito, então quer dizer que o sentimento, seja lá o que for, mora aqui também, ou mora no olho que chora?
Falta uma semana pra sentir o mesmo gosto da caipirinha de novo. E até onde eu fui mesmo?
Se minha mente nem sempre acompanha onde meu corpo está, então quem está quando não estou?
Qual é o limite daqueles olhos amendoados? Até onde ele pode ser tão brega a ponto de ser tão lindo?
Em qual curva ele vira o "não ele"?
Arranca a taça de mim e sai andando mesmo, como manda o roteiro, chega. Era pra ser isso, afinal, se fosse quase tudo, não seria mais a minha vida.